MUITAS FELICIDADES!Muitos anos de vida, são exatamente 30 anos de esporte, alegria, lazer, diversão recreação, tudo isto em um só lugar, Clube Escola Curuçá, o Centro Esportivo Educacional Senador José Ermírio de Moraes, inaugurado em 1981, rua Grapirá - Vila Curuçá no Itaim Paulista - São Paulo, capital.Completamos 30 anos de um trabalho em favor do lazer, instalado em um bairro da periferia onde a falta de locais para esportes de forma adequada com acompanhamento, equipamentos esportivos e profissionais de educação física. Estamos aqui para atender e tentar suprir esta necessidade da população e a falta esporte, lazer e recreação.
O nome foi dado para homenagear o empresário pernambucano José Ermírio de Moraes, conheçamos um pouco da sua história:
Empresário e político, José Ermírio de Moraes nasceu em Nazaré da Mata, a 21/05/1900. Fundador e diretor da Federação da Indústria do Estado de São Paulo, comandou mais de 40 empresas em vários estados brasileiros e foi diretor-presidente do Grupo Votorantim. Foi ministro da agricultura durante o governo João Goulart (1963), ocupando o cargo durante seis meses. Em 1962, elegeu-se senador por Pernambuco, na chapa de Miguel Arraes (governador), Paulo Guerra (vice) e Barbosa Lima Sobrinho (que disputou mas perdeu a outra vaga ao Senado). Nessa época, deu apoio financeiro para a criação, no Recife, do jornal Última Hora Nordeste, que começou a circular a 18/06/1962 com o objetivo de fortalecer as forças nacionalistas e foi o único jornal pernambucano a se posicionar contra o golpe militar que acabaria depondo o presidente Goulart. No senado, presidiu as comissões de Ajustes Internacionais e Legislação (sobre energia atômica) e a de Agricultura, além de ter participado de várias outras. Durante o governo Jânio Quadros, chefiou a Representação Brasileira em BonnO ímpeto guerreiro, que o fez construir um dos maiores impérios industriais do País, associado à fabricação de cimento, alumínio, ferro, aço e zinco, se
forjou na vida de provações do menino nascido no solo seco do sertão pernambucano. José Ermírio de Moraes, que desemb
arcou neste mundo a 21 de janeiro de 1890, pertencia a uma típica fam
texto w foto: Cirlene Braulinoília da aristocracia rural do Nordeste. O pai, Ermírio Barroso de Moraes, era um senhor de engenho já decadente ao morrer - o garoto tinha apenas dois anos de idade. A mãe, Francisca Jesuína Pessoa de Albuquerque, ou dona Chiquinha, como todos a chamavam, passou a administrar os negócios familiares na pequena Nazaré da Mata, a 60 quilômetros do Recife. Ladrões de cavalo Além de espantar os cangaceiros que tentavam roubar os cavalos, dona Chiquinha esmerava-se em viabilizar o sonho do falecido esposo, que desejava dotar o único filho homem sobrevivente na família de sólida formação intelectual e técnica. Não queria ver o moço enredado no bacharelismo em voga na época. Aos 16 anos, José Ermírio embarcou para os Estados Unidos para formar-se engenheiro de minas na Colorado School of Mines. “Cresci ouvindo meu pai elogiar a coragem de vovó Chiquinha”, disse a ISTOÉ o filho e também empresário, Antonio Ermírio de Moraes. Alguns meses após a partida, José Ermírio tratou de enviar uma carta para dona Chiquinha. Estava dispensando a mesada porque havia conseguido um trabalho fora do horário das aulas. Lá, pegou no cabo da pá nas minas de chumbo para se sustentar.
Quando retornou ao Brasil, em 1921, tornou-se um profissional disputado a peso de ouro e foi contratado pela Secretaria da Agricultura de Minas Gerais para percorrer em lombo de mula todo o Estado, com a incumbência de mapear as riquezas minerais da região. Desistiu de ser funcionário públicoou sem receber salário os cofres públicos estavam raspados.
A trajetória de José Ermírio de Moraes deita raízes no patriarcalismo pernambucano. Filho de usineiros abastados, nasceu no engenho Santo Antônio, localizado em Nazaré da Mata, a 60 quilômetros de Recife, em 21 de janeiro de 1900. Descendia pelo lado paterno dos Moraes de Inhaman, do município de Igarassu, e, pelo lado materno, era neto de Serafim Matari, chefe da família Pessoa de Albuquerque, citado por Gilberto Freire em Casa-grande e senzala. Após completar os primeiros estudos na região próxima ao Engenho, José Ermírio lhes deu continuidade no Colégio Alemão do Recife, onde estudou até os 16 anos. Sua origem agrária tradicionalista não o impediu de completar a formação na Colorado School of Mine, na cidade de Golden, Estados Unidos, entre 1917 e 1921. Era um período de grandes transformações na realidade norte-americana que, em plena Primeira Guerra Mundial, punha em prática os princípios da racionalidade capitalista mais avançada e da acumulação fordista, que dariam origem à produção e ao consumo de massas (SCANTIMBURGO, 1975).m 1924, conheceu a paulistana Helena e seu pai, o industrial português Antônio Pereira Ignácio, dono do maior complexo industrial de tecelagem do País na época, em Sorocaba (SP), a Sociedade Anônima Fábrica Votorantim. Quando o português pôs os olhos naquele rapaz elegante e cheio de boas maneiras, sentiu instantânea afinidade. José Ermírio era o estereótipo do genro e sócio que todo pai procura. O casamento foi celebrado no sofisticado Hotel Esplanada, em São Paulo, em 1925. No mesmo ano, José Ermírio assumia a diretoria dos negócios do sogro e transformou a tecelagem num conglomerado de empresas com tentáculos em vários da empresa. Abriu uma indústria de cimento, cuja produção inicial foi destinada à construção do Viaduto do Chá, em São Paulo. Em 1935, ele fundou a Companhia Nitro química. Mas o grande salto aconteceu em 1938, quando criou a Usina Siderúrgica da Barra Manss segmentos de mercado. Em 1933, iniciou sua audaciosa estratégia para expandir os negócioa. O industrial pernambucano acreditava, por pura intuição, que o alumínio até então importado seria o metal do futuro. No início dos anos 50, abriu a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) para suprir a demanda no mercado brasileiro, com pleno êxito. Em 1962, José Ermírio decidiu se afastar do comando da Votorantim para concorrer a uma vaga de senador pelo PTB de Pernambuco. Teve a campanha boicotada, mas conseguiu eleger-se. Os tecidos das faixas usadas para sua propaganda eleitoral eram de alta qualidade e, por isso, a população carente passou a roubá-las para a confecção de roupas. Em 1963, foi nomeado ministro da Agricultura do presidente João Goulart, cargo que ocupou durante apenas cinco meses. Veio o golpe militar, em 1964, e o industrial foi atacado por suas posições tidas como excessivamente progressistas, como a defesa da reforma agrária. No término de seu mandato de senador, em 1971, retornou ao comando do grupo Votorantim. Sem favorecimentos A esta altura, um médico particular o acompanhava para todos os lugares - estava com a saúde debilitada em virtude de um derrame cerebral - e tratou de preparar os filhos José Ermírio, Antonio Ermírio, Maria Helena e Ermírio para passar o comando do império, hoje formado por 46 empresas. Morreu de isquemia cerebral a 9 de agosto de 1973. Num discurso no Senado, afirmou: “Como jamais pedi favores ou privilégios, tenho provocado a ira dos que não acreditam se possa vencer sem negócios fáceis ou favorecimentos. Minha vida tem sido de trabalho, trabalho e mais trabalho. Uma das questões que se apresentaram de imediato foi o papel de sua formação como engenheiro de minas e sua experiência na escola de engenharia do Colorado, nos Estados Unidos, no processo de racionalização produtiva por ele implantado nas empresas do grupo. E isso na medida em que essa racionalização propiciou à Votorantim a diversificação da estrutura produtiva e sua transformação em uma empresa moderna, preparando-se para atuar em outras áreas. Sua história empresarial sugere não apenas uma dada concepção de industrialização que norteou a trajetória do grupo e que respaldou seu desempenho como liderança do setor industrial em momentos críticos da economia brasileira; revela também um profundo senso de oportunidade capitalista, como se verá mais à frente.
Ao voltar ao Brasil, em 1921, já como engenheiro de minas, trouxe na bagagem a melhor formação técnica modernizante, a qual o acompanhou toda a vida, influenciando e determinando os rumos de sua trajetória empresarial. Outra forte influência dessa sua estada em terras americanas foram as idéias de Woodrow Wilson. Em 1916, em plena campanha para sua reeleição à Presidência dos Estados Unidos, os discursos nacionalistas daquele que foi reitor da Universidade de Princeton exerceram-lhe forte fascínio, tornando-se um "exemplo a ser seguido" ao longo da vida de José Ermírio de Moraes. A vivência da realidade norte americana, portanto, seria responsável não só por sua concepção que priorizava a indústria como forma de desenvolvimento econômico como também pela idéia de que o empresário moderno, pragm
ático e empreendedor deveriam ampliar a maneira de produzir, enfrentando os riscos de tal empreitada. No panorama nacional dos anos 1920, somente o estado de Minas Gerais, dotado de imensas reservas de jazidas minerais, comportava um profissional com aquelas características. E foi para lá que José Ermírio se dirigiu, assumindo o cargo de funcionário técnico do estado, encarregado de realizar um levantamento do perfil geológico da região. Ainda nesse período, durante 1922 e 1923, trabalhou na Saint Jonh del Rei mining Company, proprietária da mina Morro Velho. Essa experiência e esse conhecimento foram lembrados, inúmeras vezes, em seus discursos no Senado, na década de 1960, como fundamentos dos seus pareceres contrários à entrega do Pico de Itabirito para a Hanna Mining. Sua carreira como engenheiro de minas que trabalhava para uma empresa estrangeira, no entanto, estava com os dias contados. Em 1923, em face de problemas econômicos enfrentados pela Usina Aliança (de seu cunhado Belarmino Pessoa de Melo), retornou a Pernambuco, seu estado natal. Sua avaliação indicava a necessidade de investimentos e modernização da referida empresa como forma de fazer frente à crise e à concorrência.
texto e foto: Cirlene Braulino
fontes: Istoé, Pernambuco de A-Z,Nordeste.com
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